Olá marujos!!!!! Este é o ÂNCORABLOG. Sejam todos bem vindos a bordo. O objetivo do blog é o mesmo do fanzine, que teve seu último número lançado em janeiro de 2007. Servir de âncora para toda e qualquer manifestação: literatura, música, política... O fanzine também voltará a ser feito e distribuído em eventos culturais aqui na região de Ribeirão Preto e quem sabe até mais longe. Naquele mesmo formato. Clássico dos fanzines.
Quando participei pela primeira
vez de um fanzine tinha 16 anos, não imaginava que a minha relação com a arte
do papel xerox fosse durar tanto tempo
já que hoje, somo 34 primaveras. Jamais pensei que
um dia seria convidado a falar sobre os zines que já fiz, e que ficaria na mira
de vários olhos juvenis e curiosos por saber os procedimentos para tal criação.
Tais coisas ocorreram no dia 20 de novembro, no SENAC de Jaboticabal.
Cheguei a Jaboticabal com certa
antecedência. Tempo necessário para dar uma volta pela cidade. Conhecer a praça
central, esticar em um banco e tomar uma cerveja. A oficina estava marcada para
as 14h00. Fui recebido porElber Corrêa
que me apresentou para o resto da equipe na biblioteca onde seria a oficina.
Dado o horário, passados talvez
alguns minutinhos, chegaram os alunos acompanhados de sua professora e
iniciamos a oficina. Os jovens
espalharam-se pela biblioteca e olhavam curiosos para os fanzines que deixei
sobre duas mesas. Após me apresentar e falar um pouco sobre a história dos
fanzineiros no Brasil e no Mundo, deixei-os revirar os zines e entrar em
contato direto com os papéis xerocados e dobrados, alguns já amarelados pelo
tempo.
Depois exibi um vídeo com fotos
da criação de um dos fanzines do âncora, na casa de um dos editores, Leandro, que
infelizmente não pôde comparecer ao SENAC nesse dia. Fotos que mostravam todo
ambiente decriação de um fanzine. Após
conversamos mais ainda sobre o tema e tirar dúvidas de alguns e descobrir os
talentos entre a turma, seja no desenho, colagens, contos, crônicas e poesia,
iniciamos a bagunça organizada em que cada um passou a viver sua criatividade. Enquanto
um recortava, outro escrevia, e dois discutiam e outro colava.
E assim se foi mais uma oficina
do Âncora. Valeu Elber, Leonardo e todos do SENAC. Obrigado pelo espaço.
Saudades dessa garotada esperta.
João
Francisco Aguiar é um dos editores do âncorazine e desse blog. É
professor, conhecido por seus alunos e colegas de trabalho como jofra,
baterista da banda Corvo de Vidro. Não acredita em processos de mudança,
e sim na ruptura como mudança do real. Se não está satisfeito com o
pano de fundo de sua vida, não mude a si mesmo troque o pano, mude de
amigos, de cidade e até de planeta se conseguir. Para ele a imaginação
supera a razão.
O FGU foi o primeiro festival
promovido pelo movimento Garrafão. Foram 16 bandas divididas em três dias de
festival. O primeiro dia de fest foi ao dia 26 de outubro, sexta-feira e contou
com a presença das bandas de Ribeirão Preto, Abiosi e Molloko, seguidas de
Arame Farpado de Nova Odessa, os mineiros de Guaxupé, Mr. Metal e a banda de
Barretos, Radiação X que precisou abrir o festival porque seu baixista era
menor e o dono do local não queria
permitir sua entrada sem a autorização dos pais. Fizeram uma ótima
apresentação, mas infelizmente tiveram que ir embora mais cedo.
A segunda banda, foi a dos amigos
da Molloko que além dos sons próprios, tocaram músicas dos Ramones, naquela velocidade It's Alive. Na sequência, os mineiros da Mr. Metal mandaram
ver uma sequência de sons pra metaleiro nenhum botar defeito. Ouvi muitos
elogios do público enquanto os caras de Minas Gerais tocavam.
por: Ani Vilaça Borges
por: Ani Vilaça Borges
Após um pequeno incidente que
envolveu um cigarro aceso por uma garota onde não se devia fumar, foi a vez da
rapaziada de Nova Odessa fazer o seu som agressivo influenciado por sepultura,
Soul fly, Deftones entre outras bandas. Arame
Farpado foi a abertura perfeita para o que vinha na sequência: os amigos da
banda Abiosi Periferia. O encerramento do primeiro dia de FGU não poderia ser
melhor. Tocaram todos os clássicos e mostraram que não estão envolvidos na cena
independente por modinha, mas sim por ideologia e respeito ao som que fazem.
O dia 27 de outubro, segundo dia
de festival, começou com a Kingdom of souls de Matão. Os caras não se preocupam
muito com rótulos ou estilos, então só ouvindo mesmo pra ver se é bom. Confiram o som da banda no link http://tnb.art.br/rede/kingdomofsouls.
O Corvo de Vidro era para ser a segunda banda do sábado, mas como ocorreram
alguns atrasos, os paulistanos da banda Fenícios banda quem, vieram na
sequência. Além dos sons próprios, mandaram clássicos de Chuck Berry e Muddy
Waters e sons do rock nacional como Titãs e Raul Seixas.
Infelizmente, o Mano Pinga e seus
Comparsas não deram o ar da graça nesse evento
e a terceira banda a se apresentar foi a Whisky Piranha de Sampa. Denominam-se
um Rock n Roll denso, politicamente incorreto e sem nenhum pudor. Mandaram bem
e agitaram quem ainda estava presente. O encerramento do segundo dia ficou por
conta da banda Corvo de Vidro. O público era pequeno, mas animado.
Giancarlo, Alan, Topo, Ratão e João Francisco
Finalmente chegou o domingão, o
evento começou mais cedo ou pelo menos deveria ter começado. O terceiro dia marcou a volta de duas bandas aqui de ribeirão Preto.
O Coax e o El Kaboing que estreou baixista ( o amigo Fabrício Coelho, conhecido também como Topa ) e vocalista ( Helder ) novos, . As duas apresentações foram muito animada e tiveram
aquele clima de nostalgia. Tipo, caramba, estamos ficando velhos!!! O trio de
São José do Rio Preto que teve a maior votação no site do movimento, apresentou
uma ótima pegada no palco. Na sequência, ainda rolou Go Out de Ribeirão Preto,
mandando ver os sons que saíram em seu primeiro EP e piadas sobre o resultado
das eleições em Ribeirão Preto, o punkrock dos caras de Uberaba da banda
Berne`s que tinham regressado a poucos dias de turnê na Argentina e Gagged de
São Carlos que não deu pra ver tocando porque meu horário de ônibus não foi
compatível.
E esse foi o primeiro Festival do
Garrafão Underground, espero que rolem muito mais eventos e festivais em 2013. Todas as
bandas que tocaram no festival, tiveram um som registrado em uma coletânea e
sua release divulgada em um fanzine. Interessados pelo fanzine / coletânea
podem entrar em contato com o garrafão nesse link https://www.facebook.com/festivalgarrafaounderground?ref=stream.
Ratão, Daniele, Peixe, Stella, Celso e Alan
Mais fotos do evento disponíveis no link: https://www.facebook.com/festivalgarrafaounderground?ref=stream
João Francisco Aguiar é um dos editores do âncorazine e desse blog. É professor, conhecido por seus alunos e colegas de trabalho como jofra, baterista da banda Corvo de Vidro. Não acredita em processos de mudança, e sim na ruptura como mudança do real. Se não está satisfeito com o pano de fundo de sua vida, não mude a si mesmo troque o pano, mude de amigos, de cidade e até de planeta se conseguir. Para ele a imaginação supera a razão.
Essa não foi a primeira vez que
participei de um encontro com o educador José Pacheco. Se não me falha a
memória (o que pode ser muito provável) tive esse prazer em 2006. Não me
pergunte onde, mas foi em um evento que recebeu uma série de palestras durante
dois dias em Ribeirão Preto mesmo. O
papo com José Pacheco foi o mais relevante entre todos, tanto, que ainda guardo
em meu HD humano muito do que foi dito por esse “portuga cabra macho”. Essa foi a expressão utilizada por uma colega
pernambucana que participou desse
encontro há alguns anos em Ribeirão. Passado agora seis anos, no dia 26 de outubro, tive esse prazer
renovado na escola Otoniel Mota em Ribeirão Preto. Durante algumas horas, na
companhia de vários outros professores, cada um com a sua bagagem pessoal e conceitos diferentes sobre educação.
José Pacheco para aqueles que ainda
não sabem ou conhecem apenas um pouco sobre ele, além de educador, é o idealizador da Escola da Ponte, em Portugal,
instituição que, em 1976, iniciou um projeto no qual os estudantes aprendem sem
salas de aula, divisão de turmas ou disciplinas. Loucura???? Nem um pouco. Possível??? Demais. Nas palavras
do educador essa estrutura com a qual já nos acostumamos é o
principal empecilho para que as coisas aconteçam de fato e a educação não seja
apenas gráficos e números em um papel e passe a fazer parte do dia a dia de
alunos e professores sem as amarras institucionais das hierarquias e
burocracias "O que fiz por mais de 30 anos foi uma
escola onde não há aula, onde não há série, horário, diretor. E é a melhor
escola nas provas nacionais e nos vestibulares" Um dos momentos mais libertadores e sensato
do bate-papo foi quando o professor disse. "Dar aula não serve para nada. É
necessário um outro tipo de trabalho,
que requer muito estudo, muito tempo e muita reflexão." Nesse momento
olhei a expressão dos colegas e lembrei-me de que era a mesma que avistei em
2006. Os aplausos foram inevitáveis. Afinal, todos naquele auditório sabem
disso e já se questionaram a esse
respeito. A aula em si não propicia nenhuma mudança substancial e que se o
conhecimento não for significativo, nada acontece.
Por meio de seu método socrático,
o português respondeu a todas as
perguntas feitas com a máxima propriedade de quem vivenciou experiências o suficiente,
nessa área tão complexa que é a educação. Mostrou saber mais do que todos nós
sobre os nossos educadores. Dois dos educadores
citados por ele foram Eurípedes Barsanulfo (1880-1918) http://www.saudadeeadeus.com.br/filme26.htm e Tomás Novelino (1901-2000) http://desmanipulador.blogspot.com.br/2012/10/biografia-tomas-novelinoeducador.html
que só conheço porque saía com uma moça
espírita.
Falou
sobre a autonomia do professor que não pode nunca ser deixada de lado.
Provocou-nos a debater e criar projetos em nossas escolas dentro dos princípios
autônomos, que nos leva a refletir sobre nossa própria conduta em sala.
Espero que todo o entusiasmo
demonstrado ao fim desse encontro pelos professores que restaram, reflita em ações, debates e aproximações com
aqueles que pensam diferente. Sei que é difícil. Divulguei esse encontro para
muitos colegas e muitos deram de ombro e questionaram a eficácia desse
trabalho. Preferem continuar com o masoquismo existente dentro das salas de
aula, até que os antidepressivos e calmantes já não façam mais efeito e enfim
possam se aposentar com aquele papo furado tão comum em HTPC ou quaisquer
outras reuniões pedagógicas de que a educação no Brasil não vai pra frente.
Ouça agora o som da banda Garotos
Podres sobre o ambiente escolar. Só um detalhe, o vocalista dessa banda também
é professor.
Escolas
Garotos Podres
Nas escolas
Onde a cultura é inútil
Nos ensinam apenas
A sentar e calar a boca
Para sermos massacrados
Pelo discurso reacionário
De professores marionetes
Controlados pelo Estado
Nas escolas
Você aprende
Que seu destino já está traçado
Pois querem os transformar
Em Cordeirinhos domesticados
Prontos pra serem transformados
Em operários escravizados
Querem nos transformar
Em máquinas
Para submetê-los
A cadência do trabalho
E horários embrutecidos
Pelos carrascos ponteiros do
relógio
Me mandaram à escola
Para me dominar
Me mandaram à escola
Para me manipular
Me mandaram à escola
Para me escravizar
Me mandaram à escola
Para me domar
João Francisco Aguiar é um dos editores do âncorazine e desse blog. É professor, conhecido por seus alunos e colegas de trabalho como jofra, baterista da banda Corvo de Vidro. Não acredita em processos de mudança, e sim na ruptura como mudança do real. Se não está satisfeito com o pano de fundo de sua vida, não mude a si mesmo troque o pano, mude de amigos, de cidade e até de planeta se conseguir. Para ele a imaginação supera a razão.
* esse texto do Prof.Dr. Gazy Andraus, foi tirado do arquivo do grupo fanzinada com informações sobre a campanha para o dia nacional do fanzine. Leia e apoie essa iniciativa.
Na década de 1980 os fanzines no Brasil faziam as vezes das
publicações lacunosas de HQ de autoria nacional, pois aqui os fanzines se
estabeleceram muito pela aproximação das histórias em quadrinhos, ainda que no
mundo inteiro essas revistas independentes abordem temas diversos, sejam por
meio de artigos e/ou artes como HQ, ilustrações, contos, poesias, contestações
etc. Porém, esse tipo incrível e criativo de revista foi criado em 1930 pelos fãs
de ficção científica nos EUA como boletins e o neologismo “Fanzine” veio
uma década depois.
No Brasil, o piracicabano Edson Rontani procurando um meio
de difusão da cultura das histórias em quadrinhos no Brasil, criou em
12/10/1965 o boletim “Ficção”, primeiro fanzine de repercussão nacional,
versando acerca de histórias em quadrinhos, com matérias sobre Alex Raymond, o
criador de Flash Gordon, e que foi distribuído pelo correio e em 1965.
Rontani também criou o Intercâmbio Ciência-Ficção “Alex
Raymond”, obtendo apoio de Adolfo Aizen, dono da extinta EBAL, sem falar que o
material que conseguia de matéria-prima era oriundo de muita pesquisa e
ineditismo, tendo como premissa publicar artigos pouco conhecidos da maioria.
Já é o momento de impulsionar essa data comemorativa aos
fanzines no Brasil. Vale lembrar que eventos de fanzines vem ocorrendo há
muitos anos como os já acontecidos em Araraquara, Jaboticabal, Itu, São
Leopoldo e outros internacionais que já existem há muitos anos, quer seja o
Xornadas de Ourense na Espanha galega, com uma exposição internacional
incluindo catálogo e que trazia em décadas passadas uma grande contribuição por
parte dos fanzines brasileiros. Não podemos esquecer a Fanzinada, que começou
agregando os fanzineiros graças à Thina Curtis, tomando forma em 2011,
promovendo a cultura do “faça-você-mesmo” não apenas na cidade de São Paulo,
mas também em Goiânia e Porto Alegre.
Há de se ressaltar ainda a importância da primeira
fanzinoteca física brasileira, a Fanzinoteca Mutação criada por Law Tissot na
cidade de Rio Grande (RS), que muito tem auxiliado na importância dos fanzines.
Dentre essas e várias outras razões, bem como valorização da
HQ no Brasil e sua importância graças aos zines do pioneiro piracicabano, nada
mais óbvio que passarmos a realizar eventos também a cada ano no dia 12 de
Outubro, para lembrar desta data comemorando-a como impulso criador das
publicações alternativas independentes e sendo o Dia Nacional dos Fanzines.
Creio que a oficialização da data comemorativa 12 de outubro
com mais eventos culturais atinentes aos fanzines irá fortalecer a importância
deles no Brasil, até que algum dia futuramente possa ser oficializado esse dia,
pois as histórias em quadrinhos têm a força atual muito graças às possibilidades
de publicação que ganharam espaço nos fanzines pretéritos de outrora, já que as
editoras nacionais se esquivavam dos autores brasileiros.
A ideia é iniciarmos um movimento culminando na
institucionalização cultural do “Dia Nacional do Fanzine”, a partir do dia 12
de outubro desse ano de 2012, e o objetivo é que todos possam divulgar essa
data comemorativa em seus veículo de comunicação e em especial os websites e
blogs. Para isso, desenvolvemos duas imagens que exaltam o apoio à nossa ideia
de estabelecer uma data oficial com o título do primeiro fanzine nacional
registrado com a imagem do quadrinhista que foi a sua motivação, Alex Raymond.
Enfim,
conclamo aos que o quiserem, que façam seu libelo-zineiro em homenagem e
comemoração a esse dia, e o espalhem seja pela Internet (facebook, emails etc),
seja por cartas, seja pessoalmente etc...
Todos
que quiserem, estejam convidados a expressar no dia 12 de outubro de 2012, seja
por quaisquer modalidades artísticas (escrita, desenho, cartum, charge,
caricatura, música, HQ, artigo e/ou se quiser, algumas palavras expressando o
que lhes impulsiona. E mesmo aos que nada quiserem realizar, no próprio
transcorrer do dia, se lembrarem da comemoração, saudem-na a quem quer que
seja. Creio que seja o meio mais afeito ao espírito zineiro!
Ajudem
a valorizar esse momento histórico no Brasil e valorizem a cultura dos
Fanzines, ou simplesmente zines!
Grande abraço fraternalmente zineiro.
Prof.Dr. Gazy Andraus
Coordenador e prof. do Curso de Pós-Graduação em Docência no
Ensino Superior e criador da disciplina de HQ e Zine no curso de Tecnólogo em
Design Gráfico da FIG-UNIMESP - Centro Universitário Metropolitano de São
Paulo
.Contato: gazyandraus@gmail.com
assista a apresentação com as fotos e som improvisado da edição número 5 do âncora zine feito na cidade de Franca no mê de julho de 2012.
O
Brasil é um dos países campeões não apenas em corrupção, mas também em partidos
e candidatos fisiológicos, os quais são essenciais para a manutenção dos próprios
esquemas de corrupção e manutenção da ordem política hegemônica, que privilegia
setores específicos da sociedade. Os fisiológicos não se preocupam com
coerência ideológica, com programas bem construídos, com propostas realizáveis
e que busquem o bem-comum. Sua ideologia consiste, sim, em tirar o máximo
proveito pessoal e de seus pares, utilizando estratégias como clientelismo,
favorecimentos, aparelhamento de cargos e instituições, inclusive de Conselhos
e instâncias de representação da sociedade civil. O fisiologismo, porém, está
na própria estrutura governamental, pois observamos, por exemplo, como partidos
de “esquerda” associam-se aos setores e partidos mais conservadores e elitistas
da sociedade, e como há uma enorme incoerência entre seus programas e objetivos
de governo com as práticas políticas, posicionamentos e alianças que
estabelecem, notadamente envolvendo dinheiro e corporativismo.
Ao mesmo tempo, uma enorme maioria da
população desconhece ou pouco se interessa em conhecer e avaliar os fundamentos
ideológicos, os programas e as diretrizes dos partidos. Votam na pessoa que
parece legal, no “menos pior”, no amigo, no amigo do amigo, no cara que ele
conhece da igreja, no que está em segundo lugar para não eleger aquele primeiro
na pesquisa de opinião, no que deu um churrasco ou um botijão de gás. Temos,
ainda, o fenômeno de alianças pré-eleitorais, onde em troca de dinheiro e apoio
para campanhas, se monta toda uma estrutura de troca de favores. Ou seja, quem
tem mais dinheiro e alianças com setores econômicos e midiáticos de peso tem
mais chance de ser eleito. E para estes servirá o governo.
A
mídia de massas transforma consciência política em “votar com consciência”,
resumindo a conhecer se o sujeito é bom caráter, tem ficha limpa e se não faz
promessas enganadoras. O cidadão, aquele transformado em consumidor e em
eleitor, é reduzido de sua dimensão de sujeito político e a estrutura de
poderes permanece inquestionada. A corrupção, a falta de representatividade, a
dissociação entre governo e sociedade civil, as gestões incompetentes, são
reduzidas a uma análise ingênua e superficial que busca indivíduos e partidos
sujos, que apela a ignorância da população. Reforma política é uma questão que
poucos ousam tocar e as organizações apartidárias da sociedade civil são temidas
ou com vistas a cooptação, manipulação e esmagamento.
A
eleição é uma ilusão formatada de que vivemos num país democrático. É um
instrumento que, dentro do atual esquema político, serve mais a garantir o jogo
de poderes entre oligarquias econômicas, seus vassalos e peões. Sem uma ampla
reforma política, sem a desburocratização do Estado, sem o desaparelhamento da
administração pública, sem o empoderamento da sociedade civil e a criação de
uma esfera política com ampla participação dos cidadãos nas decisões e
políticas públicas, pouco se avançara no desenvolvimento de uma democracia
participativa, esta sim capaz de transformar o voto em um dos instrumentos
legítimos de ação política democrática.
Ela era a namorada de um amigo.
Na verdade, namorada do amigo de um amigo. A primeira vez que a viu, foi em um
bar. Entraram de mãos dadas. Jonathan
estava de costas para a entrada e não viu a chegada do casal. Os outros três
amigos que compunham a mesa com ele é que disseram:“ Olha lá, o Tadeu. Aquela deve ser sua nova
namorada.”
Antes que Jonathan se virasse
para olhar, sentiu em seu ombro a mão direita de Tadeu que disse: “ E aí
galera!!!! Essa é a Vivian!!!!” Em seguida puxou uma das cadeiras da mesa para
que ela sentasse.Pediu a Gustavo para
que desse um espaço e pudesse sentar-se próximo a namorada. Eduardo sugeriu pegar
mais uma mesa, mas Tadeu disse que não ficaria muito tempo e que logo iriam
embora.
A garota era tímida e quase não
conversou.Já o namorado como de costume
falava muito. Jonathan também se calou por alguns instantes. Estava incomodado.
Por alguma razão, sentiu-se atraído por Vivian. O jeito tímido, a maneira como
mexia em seu cabelo e pegava no canudo para beber sua soda. Os dentes afiados
que exibia quando sorria.
Antes mesmo de terminarem de
beber seus refrigerantes foram embora. Vivian insistiu para irem. Jonathan teve medo de que a garota tivesse
capturado algum dos olhares que lhe fora lançado. Mesmo sendo amigo do
amigo, não era uma lá muito correto paquerar uma garota comprometida.
Depois que saíram, Jonathan
comentou com Juliano. “Que bonita a moça. Tadeu deu sorte.” Juliano deu mais
um gole na cerveja e respondeu: “Não achei, muito sem graça essa menina.” Todos
riram, menos Jonathan que encarou a brincadeira como uma ofensa, mas permaneceu
calado para que ninguém desconfiasse de sua paixão.
Os acontecimentos que se seguiram
depois desse primeiro encontro foram estranhos. Sempre que Vivian cruzava com Jonathan
nem ao menos o cumprimentava. O desprezo era a certeza que se confirmava em seu
coração. Ela jamais seria sua.Quando se
cruzavam nos bares, Vivian cumprimentava a todos com um beijo e a Jonathan nem
ao menos acenava. Todos percebiam que Vivian não gostava dele e ninguém
entendia a razão disso.
Passados alguns anos, Vivian e
Jonathan reencontraram-se naquele mesmo bar. Uma estranha coincidência. Ela
estava sentada e acompanhada de uma amiga. Ele passou por ela umas duas
vezes sem sequer olhá-la. Numa das vezes ouviu a voz de Vivian convocando-o a
fazer-lhe companhia. A amiga havia ido ao banheiro. Os dois passaram o resto da
noite conversando tudo o que não conversaram durante anos. A amiga nunca mais
voltou do banheiro.Nas semanas seguintes
passaram a se encontrar com uma intensidade crescente. Jonathan chegou a pensar
em se afastar de seus vícios. Do cigarro, das bebidas, da música. Enfim, da
boemia por ele tão querida. Difícil decisão que envolveria toda uma vida de
exageros etílicos regados a muita diversão em noites de esbornia que teria de ser abandonada por uma mulher. Nada muito
original, mas valeria a pena. Será?! Olhou a sua volta e deparou-se com a vida.
Os amigos, a bebida, o sexo livre de tabus e obrigações adquiridas. A sua
frente havia Vivian. Bonita e inteligente, mas com sonhos de casamento,
proteção, responsabilidade e fidelidade conjugais. Quem era ele para negar isso
a ela? E quem era ela para lhe tomar a vida? Jonathan não achou que esse era o
momento de aceitar aquela morte em vida. E não se sentiu capaz de realizar
todos os pretensos sonhos de Vivian, considerados por ele vazios. Pensou em dar
tempo ao tempo. Deixar que ela vivesse as coisas que sonha e quem sabe um dia
não houvesse um terceiro encontroem que
um ou outro fosse menos egoísta em suas decisões.
Conscientes da separação, tiveram
a noite de amor mais intensa de suas vidas. Ao acordarem de manhã. Logo após o
café regado a muitos risos e brincadeiras. Despediram-se sem beijos. Mais uma
vez Vivian deixou a vida de Jonathan, mas agora eram amigos, não apenas
conhecidos.
Vivian foi embora, talvez pra sempre, mas
ainda havia bons livros na estante da sala, cigarros na gaveta da cômoda e
cervejas na geladeira.
João
Francisco Aguiar é um dos editores do âncora zine e desse blog. É professor,
conhecido por seus alunos e colegas de trabalho como jofra, baterista da banda
Corvo de Vidro. Não acredita em processos de mudança, e sim na ruptura como
mudança do real. Se não está satisfeito com o pano de fundo de sua vida, não
mude a si mesmo, troque o pano de fundo, mude de amigos, de cidade e até de planeta se
conseguir. Para ele a imaginação supera a razão.
O dia 23 de junho de 2012 em
Jardinópolis ficará marcado, certamente, como um dos eventos mais legais dos quais
participei junto ao Movimento Garrafão. Além das já conhecidas Corvo de Vidro e
Mano Pinga e seus Comparsas, contamos com a participação da pulsante banda
local, Cativeiro dasIdeias.
O 2° GARRAFÃO SP TOUR que nessa
edição teve o nome de Rock Jardel, começou com o som da banda Corvo de Vidro. Motivos
aleatórios levaram a banda Drenados a não participar desse som em Jardel. Iniciamos a apresentação com a já costumeira,
Incendiário na Terra do Nunca. Havia uma galera na praça Matriz de Jardel,
formada na sua maioria por jovens, entre eles alguns alunos meus e amigos de
Ribeirão Preto, entre eles Márcio Furtado e seus amigos motociclistas. Os dois
últimos sons do Corvo de Vidro foram muito empolgantes e esse não foi
diferente. A galera presente interagiu com a banda e uma roda de um “quase pogo”
se abriu a nossa frente durante as músicas. Principalmente quando fizemos um
som do Cólera com a participação inusitada de Eduardo Novaes nos vocais. A
banda seguinte foi a Mano Pinga e seus Comparsas. Em frente a Igreja Matriz da
cidade, desfilaram sem dó nem piedade o seu repertório repleto de histórias de
sexo, drogas e Rock and Roll. Por fim, a
banda da casa Cativeiro das Ideias, fechou a noite de sábado com mais rodas
vibrantes se abrindo na praça da cidade.
fotos: Stella Cadurim
Essefoi o primeiroRock Jardel, espero que ele tenha um valor
mais quesimbólico e una as galeras da
região para que eventos como esse sejam feitos mais vezes e em outros cantos.
João Francisco Aguiar é um dos editores do âncorazine e desse blog. É professor,
conhecido por seus alunos e colegas de trabalho como jofra, baterista da banda
Corvo de Vidro. Não acredita em processos de mudança, e sim na ruptura como
mudança do real. Se não está satisfeito com o pano de fundo de sua vida, não
mude a si mesmo troque o pano, mude de amigos, de cidade e até de planeta se
conseguir. Para ele a imaginação supera a razão.
Sempre fui uma figura fácil de ser encontrada na Feira do
Livro de Ribeirão Preto, mas nesse ano visitei apenas um estande, que foi o dos
autores locais para ver meus amigos, o poeta Nicolas Guto e a escritora Regina
Baptista. E assisti apenas a um salão de ideias, do professor e amigo Menalton Braff. Sempre que assisto a
um Salão de ideias em que ele participa, levo embora duas ou três reflexões
para aqueles momentos vagos em casa em que ficamos caçando coisas para se pensar.
Dessa vez, ficou para mais tarde, reflexões sobre as relações entre vida e
morte.O que sentimos, de verdade,
quando alguém próximo a nós morre???? Tristeza, Fragilidade, alívio????? Não
sei e não é agora que vou pensar sobre isso. Agora desejo escrever sobre um espetáculo. Um
tributo ao Rock Inglês protagonizado pela banda Blues InSônia. Fantástica apresentação. Como um adolescente, deixei de ir a escola
para não perder o show, a diferença é que hoje não estou mais na condição de
aluno e sim de professor, mas tenho certeza de que meus alunos entenderão a
minha falta na sexta-feira à noite.
Entre o tributo ao Rock Inglês, as visitas ao estande dos
autores locais e o Salão de Ideias, há um hiato memorável que passei ao lado
dos amigos Ratão, Fabrício, Lemão e Zoyo
Comparsa. Histórias que de tão intensasnão cabem em palavras. Estão além dos signos. Vou tentar resgatar alguns
momentos da nossa viagem a São Carlos
pra ver Mano Pinga e Seus Comparsas e Garotos Podres.
Saímos de Ribeirão Preto após às 21:30 da noite. Acho que além
do carro de Fabrício, havia mais dois ou três, não me lembro ao certo. Na
direção do Vectra, Danilo Ratão, ao seu lado Fabrício Coelho,
viajei sentadono banco de trás, muito bem acompanhado de uma
cerveja e cigarros. Companhia que todos no carro desfrutavam. Menos o
motorista, claro. Chegamos ao local do
evento, um Festival de Música Independente na USP, e uma das bandas que
gostaríamos de ver, Stranhos Azuis, já havia tocado. Restava esperar pra ver
Mano Pinga e Seus Comparsas e osimpagáveis Garotos Podres. Alguém então me disse que a ordem das bandas
seria invertida, e que os Garotos Podres tocariam antes da Mano
Pinga...Sem perder tempo, arrumei um bom lugar para ver de perto os Podres.
Todos alí se perguntavam, mas por que será que os Garotos tocarão agora????? Um
rapaz ao meu lado, então me disse. Veja, o Mau, não se aguenta em pé. Se não
tocarem agora, não tocam mais. Assim que me virei para o palco, os Garotos
Podres começavam a tomar seus postos e os primeiros acordes começaram a
soar. Eles começariam a noite com o clássico “Garoto Podre”. Mau se jogou sobre
o público que cantou junto toda a letra. Mau estava muito bêbado e não se
importava com a grade colocada para separar o público dos ditos artista. Por
várias vezes durante a apresentação bradava contra as Universidades, contra a
Reitoria da USP. Sem medir palavras. Cantei testa a testa com Mau “Escolas” e gritei a plenos pulmões o hino do proletariado
“A Internacional”. Terminado o show, estava muito cansado e feliz por ter
soltado todas minhas neuroses e estava mais leve por algum tempo após tamanha
catarse.
Repostas as energias, fui assistir aos amigos da banda Mano
Pinga e Seus Comparsas. Mano Pinga não estava tão diferente do grande Mau e aos
gritos de Rock and Roll divertiu a todos os presentes. Na volta pra casa,
tivemos a companhia de dois integrantes do Mano Pinga...Zoyo e Lemão. Quando chegamos,
incrivelmente sem sono, Fabrício, Ratão e eu resolvemos aproveitar aquela bela
manhã com mais conversas e um violão desafinado.
João Francisco Aguiar é um dos editores do âncorazine e desse blog. É
professor, conhecido por seus alunos e colegas de trabalho como jofra, baterista
da banda Corvo de Vidro. Não acredita em processos de mudança, e sim na ruptura
como mudança do real. Se não está satisfeito com o pano de fundo de sua vida,
não mude a si mesmo troque o pano, mude de amigos, de cidade e até de planeta se
conseguir. Para ele a imaginação supera a razão.
segunda-feira, 2 de abril de 2012
Âncora vai ao Fim do Mundo, Enfim
Eram mais de cinco da madrugada
de um sábado, 31/03/2012, quando o ônibus vindo de Franca chegou à estação Armênia
em São Paulo. Peguei minhas coisas,
desci e acendi um cigarro para repor a
nicotina perdida em mais de seis horas de viagem. Encostado na grade, com o
cigarro no canto esquerdo da boca, li as orientações anotadas na agenda para
chegar a casa do amigo Murilo ( um dos editores do âncora ) meu anfitrião. Finalmente, resolvi entrar, dispensei meu guimbade cigarro junto aos outros tantos jogados na
calçada de fora da estação. Meus
próximos passos seriamde metrô até a estação
da Sé e depois até Belenzinho. Lá, Murilo me encontraria e iriamos até sua
casa. Um pouco mais de dez minutos de caminhada.
No caminho passei de metrô pela
estaçãoLargo de São Bento que já fora ponto de encontro para os punks. Desembarquei em
Belenzinho e liguei para o meu amigo. Quando nos encontramos após cumprir os
protocolos comuns entre amigos: “ Como vai??? Tudo bem??? Há quanto tempo???
Que bom que veio???” fomos até uma
padaria, tomamos um café e conversamos sobre o nosso dia no festival “O fim do
mundo, enfim. Uma edição atualizada do festival "O Começo do Fim do Mundo" realizado em 1982 e que marcou a história não só do punk nacional, mas também do rock brasileiro com um novo tipo de atitude e postura. O festival " O Fim do Mundo Enfim", seria uma comemoração desses trinta anos de história do festival. Como escreveu o vocalista dos Inocentes Clemente no fanzine feito para esse festival "um novo festival punk unindo gerações, o velho e o novo juntos, mostrando que o antigo discurso nunca esteve tão atual. Serão cinco dias, 15 bandas e debates, mostrando que o punk continua vivo."
Após algumas horas de sono e um
almoço reforçado, o amigo Tarcísio Hayashi da banda G.R.A.V.E , que sabia da minha visita,
me ligou e disse que estava lá perto de belenzinho e passaria pra tomarmos umas cervejas. Passamos a tarde
de sábado tomando cerveja com o ele e Barbara Ramos, mais tarde juntou-se a nós
o Gago, também integrante da banda G.R.A.V.E. Na carona para a estação de metrô ouvíamos a
música “desequilíbrio” na voz de clemente. Disse ao Murilo que estava sentado ao meu lado.” Esse som é clássico.
Quem o compôs foi um punk chamado Índio, vocal das bandas Condutores de cadáver
e Hino Mortal.”
Pegamos a máquina fotográfica na
casa da namorada de Murilo, tomamos mais algumas cervejas e comemos uma pizza
em um bar da rua Augusta e rumamos para o Sesc Pompéia.
Para a nossa surpresa, chegamos
no momento em que Jão e Boka da banda Ratos de Porão davam uma entrevista, no
final da rua de paralelepípedo do Sesc. Assistimos de lado, sem atrapalhar e Murilo tirou algumas fotos. Ao fim da entrevista, chamei
por Jão e lhe disse que era de Serrana e ele se lembrou do som que fizeram no
CBGB caipira em 2001. Ele comentou: “Pô,
cara. Saiu de lá pra vir até aqui hoje. Legal. Bom som pra vocês aí.” Sem
perder tempo deixei um zine do âncora com ele e tiramos uma foto. Lembrei-me que
essa foto era um repeteco de uma tirada em Serrana há mais de dez anos. A diferença
foi o físico que mudou de lápra cá e a cerveja
que Jão tomava que era de outra marca.
Não demorou muito para que me
encontrasse com Ariel, vocalista das bandas Restos de Nada e Invasores de
Cérebros que seria uma das bandas a tocar nessa celebração que estava prestes a
começar. Também deixamos um zine com ele. Nas costas da jaqueta jeans,
mostrou-nos um desenho que havia sido presente de Seko. Amigo e tatuador,
morador de bom Fim Paulista, cidade próxima a Ribeirão Preto. Já eram 21h00 e os punks começavam a chegar
em maior número.Jovens, velhos e não tão velhos ou jovens assim.
Todos queriam testemunhar essa noite de celebração. Alguns já tinham ido às noites anteriores, mas
para mim seria só aquela noite, já que o som do domingo foi adiado para outra
data, ainda não divulgada. Estava ansioso. Enfim, entramos. Fanzines sobre o
evento eram distribuídos. Pegamos alguns e deixamos outros nossos disponíveis
para quem quisesse ler ou apenas ver.Assim que entramos demos de cara com o Índio e o Murilo pôde conhecer o
compositor do som que ouvimos no carro. Mais tarde também o viu em ação em uma participação especial no som dos Invasores. Cantou junto com Ariel o clássico Desequilibrio.
A primeira banda da noite foi a Question
que já tem quase 12 anos de estrada. Une metal e hardcore em seu som.Tocaram pouco, já que a galera presente
queria mesmo era ouvir Invasores e Ratos. Aos gritos de “Fim do Mundo, Enfim o
Caralhoooo!!!!” Ariel adentra o palco ecomeça o som dos
Invasores de Cérebro. Não poderia ser melhor. Ariel mandou ver nos vocais.
Tocou os grandes clássicos da banda. E não deixamos por menos. Pogamos pra
valer e gritamos contra tudo que nos oprime nessa vida miserável. Cantamos
juntos “ Eu sei que arrancaram das
páginas escritas...o meu direito a preguiça!!!” “ Porra de vida, porra de vida,
porra de vida, você não vale merda nenhuma” e tantos outros clássicos. Ah!!!! Ariel também não se esqueceu de orar e agradecer a deus. “deus não existe e não faz faltaaaaa...”. A performance de Ariel é de uma verdade comovente. Assista ao vídeo com trechos dos dois sons, Invasores de Cérebros e Ratos de Porão ao final do texto e confirme o que escrevo.
Cansados, saímos para tomar uma
cerveja para em alguns minutos assistir aos Ratos de Porão.
Repostas as energias voltamos aos nossos
postos. Jão, Boka e Juninho subiram primeiro ao palco do Sesc Pompéia. Pensei
até que iam começar com Jão nos vocais já que na primeira formação da banda era
ele quem cantava, mas não, logo no
primeiro acorde entrou João Gordo, menos gordo que a última vez que o vi.
Estava com um humor incrível também. Não se estressou com nada, Nem mesmo com
um rapaz que subiu ao palco e tomou da
sua cerveja. Tocaram sem repertório. Decidiam ali no momento, pedindo auxílio
do público que tinha todas as músicas na ponta da língua. Trata-se de uma banda
de trinta anos que fez história e que ao lado de outras é a própria história
que não li nos livros, vivi na pele. Gordo lembrou-se de Redson e disse a
todos. Faltou você aqui Redson.
Já era mais de meia noite quando
saímos do Sesc e pegamos um busão até outra estação de metrô e de lá fomos até
a rua Augusta onde Murilo e eu terminamos a noite entre uma cerveja e outra.
Entre lembranças e novas histórias a serem contadas em outras ocasiões.
Murilo De Paula, sou formado pelo curso de Artes Cênicas da Unicamp.
Artista Cênico, atuo um pouco danço talvez escrevo rabisco palavras desenhos
qualquer coisa que caiba na voz que se faz entre um e outro. Atualmente faço
parte do núcleo de dramaturgia do SESI/Britsh Consil, da Caleidos Cia de Dança e
sou orientador de teatro pelo Projeto Ademar Guerra. Rabisquei, cortei e colei o
Ancora Zine, e já que o Zine veio a mim com Mãe e Pai me declaro o Amante.
Texto:
João Francisco Aguiar é um dos editores do âncorazine e desse blog. É professor, conhecido por seus alunos e colegas de trabalho como jofra, baterista da banda Corvo de Vidro. Não acredita em processos de mudança, e sim na ruptura como mudança do real. Se não está satisfeito com o pano de fundo de sua vida, não mude a si mesmo troque o pano, mude de amigos, de cidade e até de planeta se conseguir. Para ele a imaginação supera a razão.
quarta-feira, 21 de março de 2012
Grito Rock em Franca reuniu bandas de estilos diferentes, mas com 100% de energia e poesia
( todas fotos por Rodrigo Tas )
Saímos de Serrana por volta das
18:00 do domingo ( 18/03 ). O Comercial havia empatado com o Corinthians e o São Paulo conquistado
três pontos frente ao Santos. Durante a
viagem para Franca, Guns N' Roses foi o som que rolou no carro. O motorista foi
o irmão de Ricardo Brasileiro, guitarrista do Íbis. Não o encontrava há alguns anos. Quase não troquei ideia durante a viagem. Consegui
cochilar um pouco e a viagem até Franca foi bastante tranquila.O evento foi
realizado no Quintal do Poeta. Um espaço
voltado para a arte em geral, principalmente a música.
Fomos a terceira banda a tocar.
Antes de nós, apresentaram-se outras
duas bandas. Samanah (Bauru) e Pubis (
também de Bauru ). Fazia tempo que não tocava punkrock. Sou o ex-batera do Íbis
e meu objetivo era não fazer feio. Tocar de acordo com o combinado no ensaio do
dia anterior. Procurei manter a mesma energia do início até o final do som.
Logo após a apresentação do
pássaro negro, os mineiros do Vandaluz de Patos de Minas não deixaram por
menos. Desfilaram vários sons de uma poesia fantástica. De forma divertida e
poética, Vandaluz, traz conteúdo livre e
crítico, valores que a banda acredita serem indispensáveis para a satisfação de
sua arte. Com uma maneira particular de ver a música brasileira, a banda conduz
seu trabalho de apelo reflexivo, na intenção de estimular a liberdade de fazer
arte com alegria e com responsabilidade. Meus amigos locais ( Leandro e Murilo ) e eu
ficamos impressionados já no primeiro som. Após o som fomos mandados ao Inferno ( uma Rep. em Franca ) e adorei conhecer o espaço. Comemos, conversamos e bora pra Serrana.
Não posso me esquecer do amigo Mamute que abrilhantou as apresentações, exibindo malabares com esferas coloridas e com alguma coisa que não sei o nome pegando fogo. Parabéns a galera de Franca e a todos os envolvidos ( público. banda, fotógrafos...) nesse Grito Rock.
João Francisco Aguiar é um dos editores do âncorazine e desse blog. É professor,
conhecido por seus alunos e colegas de trabalho como jofra, baterista da banda
Corvo de Vidro. Não acredita em processos de mudança, e sim na ruptura como
mudança do real. Se não está satisfeito com o pano de fundo de sua vida, não
mude a si mesmo, troque o pano, mude de amigos, de cidade e até de planeta se
conseguir. Para ele a imaginação supera a razão.