quinta-feira, 25 de abril de 2013

A TROCA


Tudo fazia sentido até então,
Cada coisa no seu lugar e todas as outras em sua perfeita desordem
Vida seca e útil, sem coração e sem esperanças,
E como esperar? Com a delicadeza de um mamute?
a vontade inconsequente de ver o sangue nos olhos de todos
Revoltas, amargos, ruínas de nada,
Grandes nomes, grandes títulos, grandes porcarias.
Quem não se importa, não se ilude.

Porém, as belas formas da mais linda flor
Surgiu aos olhos firmes
a beleza e sutileza são grandes armas
e ferem mais que o aço,
Aquela beleza e aquela magnitude
Trouxe exatamente o desnecessário,
a ilusão.

Aqueles olhos secos encharcaram ao ver todas as cores e formas
Mas aquela flor o iludir de vida
Apesar de verdadeira nas palavras
Ela fez que aquele coração tivesse a esperança a o cercar
Oh! tende piedade!
As flores nascem para quem?
Para o orgulho da vida?
Aquela flor, cortou-me o peito ao meio
Ela me refez, me lapidou, transformou até o mais insignificante pensamento

a ela toda dedicação
a ela toda felicidade
nada mais de seco e nem de útil
O arco iris aparecer a brilhar no céu
acompanhando a flor e a maldição do medo
Meses de esperança e cores
Mas, pra quem já viu verdadeiramente a flor sabe da sua delicadeza

e aquela nasceu no solo seco da ruindade
suas raízes a envenenaram
sua fonte de vida a entorpeceu
a mim ficou a esperança de vida
a flor ficou na minha amargura e a flor fechou os olhos
são os jogos e as trocas
a mim veio a vida a ela a morte
a mim veio a ilusão e a esperança
a ela a certeza do pior

o sentimento dói, amargar o melhor doce
a flor secou e os olhos molharam
a ela dedicação e cuidados
preciso dela para poder enxergar a cor dos raios do sol
a mim precaução,
mamutes não sabem cuidar de flores
sento a beira da janela e olho sem aquela mesma estrela
que me pede pra esperar
a flor existe e precisa de ajuda
Força e fé!
foi isso que ela me ensinou e foi tudo o que me restou.

Elaine Caun - 25/04/2013



Elaine Caun, amiga que me foi apresentada por Danilo, vulgo Ratão, baixista da banda Corvo de Vidro. Integrou o Movimento Garrafão Underground e é uma entusiasta do som independente em Ribeirão Preto. É formada em História e faz parte da Academia de letras de Ribeirão Preto.